sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O novo cenário da Internet, bom ou ruim?

As novas tecnologias em conjunto com um pequeno número de empresas açambarcaram as redes de comunicações, coibindo a sociedade da busca do conhecimento das coisas, sobretudo do mundo, pois o que, a princípio, proporcionaria para nós o conhecimento holístico da esfera terrestre, tornou-se algo absolutamente inútil, porque utilizamos a internet erroneamente, se estereotipando a vídeos, conversas, imagens etc. que não nos possibilitam a perpetrar a reciprocidade de conhecimentos e idéias. A internet, hodiernamente, é uns dos meios de comunicação e pesquisa extremamente importante para a dissonância de ideologias transformadoras da cultura atual, a cultura do anti-valor. Devemos repensar as nossas ações enquanto defensores da rede como forma de conhecimento, transformação e evolução da sociedade na era digital, em detrimento do cenário atual da rede de relacionamentos. Devemos agir enquanto defensores digitais, de modo que as ideologias sejam transpassadas a todos os usuários e não apenas ser restringido a um grupo defensor, caso contrário não há sentido em nossas ações, textos, conversas, pois já nos conhecemos, tanto intrinsecamente quanto extrinsecamente. Os jovens, sobretudo, vivem em mundo tecnológico, pois nasceram simultaneamente com ele, no entanto não sabem como aproveitá-lo, e, tampouco, como aproveitar seu tempo, ou seja, há uma crise da imaginação e uma crise de cultura, proporcionada por alguns autores da sociedade aristocrata, em detrimento da cultura dos pais e, obviamente, dos filhos e assim consecutivamente. As crianças e os Jovens chegam em casa, se isolam dentro de suas covas(quartos), onde possuem TV, computador, livros escolares entre outras coisas, e o que eles fazem? Entram nas redes de relacionamentos (MSN e ORKUT), ou seja, o verdadeiro absurdo, porque grande parte do conhecimento que o alicerçaria para a vida está contido ali, mas eles os ignoram inteiramente. Os pais que deveriam ser os verdadeiros orientadores sofrem dessa crise também, pois têm as mesmas coisas em suas covas, no entanto ficam fixos a novelas e programas boçais, ao invés de instigar e subsidiar seus filhos a usufruir dessas benfeitorias, ou o que deveria servir de benfeitorias. E a sala, que deveria ser o local da casa como encontro, discussões cognitivas, interação familiar entre outras coisas, se plasma em um cenário lastimável do nosso contemporâneo. Ora, portanto devemos realmente repensar e elaborar ações, de modo a implantar a contracultura, em detrimento da cultura atual. Então, o que podemos concluir de tudo isso? Ora, simples, a sociedade capitalista se organiza, cria ações e benfeitorias para a sociedade e, concomitantemente, cria programas e ferramentas que dispersam a sociedade de utilizarem essas benfeitorias, ou seja, é um contra-senso em detrimento da evolução intelectual e social da sociedade, porque necessitam executar essas ações, pois são beneficiados por elas. E a sociedade enxerga apenas as ações benevolentes, que na verdade não são benevolentes, são profanas, mas em fim, a sociedade não foi aculturada corretamente para discernir os valores que foram absolutamente transgredidos e contrariados. Portanto, os defensores da era digital, do software livre, entre tantas coisas, devem dissuadir a sociedade a aderirem os reais valores da tecnologia, ao invés de criticarem valores predeterminados, como a Microsoft, por exemplo, e outros meios de comunicações que alargam a anti-cultura do país.
Jonathan Borges

A perda e a mágoa como forma de vida

Nada mais desesperador e constrangedor do que o ressentimento e o arrependimento. A sensação do erro é a mesma sensação da perda. Como resolver um problema quando o mundo cai sobre nós? Quando somos desacreditados e, portanto quando sofremos com a perda de uma ilusão? O que é ilusão? Ilusão não é algo que é impossível de se realizar ou um sonho eterno que traz tristeza etc. A ilusão é a imaginação, o pensamento. A ilusão pode ser realizada e, nós, ficamos muito contentes quando ela se realiza. Quando temos uma ilusão, nós temos uma esperança e, portanto uma vontade de realizá-la e, obviamente, lutamos por ela. E quando somos desconcertados? Quando acontece a perda de uma ilusão e ficamos com ressentimentos, o que fazer? Como agir quando tomamos consciência de que erramos e, portanto perdemos? Na verdade, não há nenhum motivo para o desespero, pois a própria tomada de consciência do erro cometido é a reconquista de uma ilusão e, portanto da liberdade e da volta da alegria. Quando tomamos consciência do erro aprendemos com ele, de modo que se formos prudentes, não cometeremos o mesmo erro, pois saberemos o resultado. Então a perda da ilusão e o erro não são nossos inimigos, ao contrário, são nossos amigos, pois nos orientam a uma nova forma de pensar e agir. Então quando somos afastados de algum meio ou somos magoados por alguma pessoa, por exemplo, nem sempre é algo ruim, pois esse momento é o momento da consciência de que falhamos e, portanto é o momento da aprendizagem e da evolução emocional, experiencial e, portanto intelectual. A perda momentânea de uma amizade, por exemplo, nos fazem olhar para trás, reconhecer os atos cometidos, sejam eles bons ou ruins, e nos ensinam a reconhecer os reais valores, ou seja, quando perdemos essa amizade, reconhecemos se ela era ruim ou não. Quanto maior o ressentimento ou a mágoa por essa perca, maior era o valor dessa amizade, porque se não tivéssemos nenhum arrependimento, significaria que a amizade perdida não tinha nenhum valor para nós. A perda e o erro nos auxiliam na conquista ou reconquista, e devemos lutar de alguma forma por isso. Portanto, a tomada de consciência é a reconquista do conhecimento perdido, a volta da ilusão de uma possível conquista e o reconhecimento dos valores, sejam eles de amizades ou não.

Jonathan Borges

Os Emos não devem ser criticados! Ora, por quê?


Afinal de contas o que significa essa palavra que tanto nos persegue: Emo? Na verdade o termo “emo” vem de “emotional hardcore” ou emocional centralizado, que eram bandas de origem americana dos anos 80, mais precisamente de punk/rock e que faziam canções curtas, com letras baseadas em protestos políticos, sociais, além de revoltas e frustrações individuais etc., cantadas de forma agressiva, sobretudo. Assim como qualquer grupo social, o emotional hardcore tinha a sua maneira de se diferenciar dos demais, como os estilos de roupas que visualizamos por ai. Ora, mas esse estilo tinha uma ideologia: o protesto! Essa cultura se dá, obviamente, devido a uma cultura territorial, sobretudo dos Estados Unidos da América. Pois bem, essa ideologia é inteiramente aceitável no ponto de vista americano, pois ela tinha um fundamento, seja ele bom ou ruim. No Brasil, mais precisamente a partir de 2003, na cidade de São Paulo, os jovens aderiram o estilo emotional hardcore, sobretudo por causa do estilo diferenciado na vestimenta, mas sem fundamento algum, ou seja, um belo de um plágio mal feito e puramente patético. Obviamente, isso se deu através de uma banda musical brasileira que trouxe para o país o estilo, no entanto contradizendo e deturpando a sua real ideologia. Essas bandas transformaram a ideologia emotional hardcore, que era de protesto territorial, sobretudo, em uma fantasia vazia, sem sentido, solitária, excluída e, principalmente excêntrica. Essas bandas desconsideraram toda uma cultura brasileira e plagiaram uma cultura que não nos pertencem, mas sim a um país que historicamente nos tratou como estrumes. Isso prova como o Brasileiro é altamente sem cultura e, portanto como ele não conhece a sua própria cultura, se apóia nas alheias sem considerar que foi tratado como verme pelas próprias culturas nas quais se apóia. Inacreditavelmente as pessoas adoram criticar os “emos”, quando na verdade não são eles que devem ser criticados, mas sim a cultura territorial, porque nos apoiamos em uma cultura que não é nossa, vangloriando algo que nem sabemos por que existe, afinal de contas os declarados “emos” não sabem nem por que são assim, mas como o estilo está na moda todos se apropriam. Nenhum estilo de roupa, nenhuma cultura territorial deve ser considerada ridícula, pois tem fundamento, história. Ridículo é se apropriar de uma cultura alheia e, ainda por cima, deturpá-la, como fizeram os frívolos brasileiros. Portanto, por que criticar os “emos”? Os emos não devem ser criticados, pois os emos têm a sua própria cultura, ou seja, a cultura americana. Por outro lado, o brasileiro deve ser infinitamente criticado, porque ele não considera a sua própria cultura e, portanto rouba as alheias e as transformam em lixo. Pobres dos originais emos americanos! O Brasileiro, diferente do americano, não é capacitado suficientemente a ponto de criar a sua própria personalidade e de ser livre, ele copia e vangloria infinitamente coisas alheias. Dificilmente, no Brasil, observamos pessoas utilizando roupas nativas, apenas estrangeiras entre tantas outras coisas. O Brasil não é só um país subdesenvolvido economicamente, mas, sobretudo, intelectualmente. O Brasil, infelizmente é altamente ignorante. Ignorante no sentido mais amplo, ou seja, de não considerar os valores, sobretudo os históricos. Nos EUA, tal quais outros países, seus baluartes são vangloriados constantemente. No Brasil, não se discute sobre quem lutou por nós. As pessoas mal sabem quem foi Marechal Deodoro da Fonseca ou Joaquim José da Silva Xavier, tampouco a data da independência, mas sabem o nome de quase todos os artistas estrangeiros, como Justin Bieber etc., agora pergunta quem é Chico Buarque? Muito possivelmente irão perguntar se é algum ladrão. Portanto, os “emos” não devem ser criticados, aliás, no Brasil, as pessoas que se alto-proclamam “emo” deveriam ser chamadas de qualquer outra coisa, menos “emo”, pois isso é uma ofensa ao estilo original/Americano. Aliás, os emos devem ficar emputecidos ao saberem que são considerados viados, chorões, frescos e brasileiros. O que podemos concluir disso tudo? Podemos afirmar que o estilo “emotional hardcore” sendo mal ou ruim, é um estilo de uma cultura Americana, portanto é absolutamente aceitável nesse ponto de vista. Ao contrário do animal irracional Brasileiro e seguidor de culturas alheias, que deveria ir usar esse estilo nos Estados Unidos da America para ser literalmente linchado, ridicularizado, detido etc., além de receber a coroa de ladrão de culturas Americanas e pobre mortal sem personalidade.

Jonathan Borges

O Futuro do nosso Futuro

Nos nossos dias, costumamos associar a idéia de passado com atraso, porque acreditamos que o passado nos impede do progresso ao futuro. Mas, como alcançaríamos o futuro se não existisse o passado? O passado não é uma coisa morta, o passado, na verdade, é o que nos auxilia para o futuro. Ora, o que é o futuro? O futuro não é o que está para vir, mas o que já veio no momento em que pensamos e agimos para o futuro, ou seja, o futuro não é o amanhã, mas sim o hoje. Que sentido teria o futuro se desconsiderássemos os atos do passado? Só é possível existir o futuro se existir o passado. Como posso pensar no amanhã se o hoje não existe? Portanto, se sairmos hoje, por exemplo, para chegarmos amanhã, significa que o futuro é o momento em que chegarmos ao local desejado, pois se nunca sairmos, jamais chegaremos ao local e, portanto o local desejado jamais será o futuro, porque não saímos no passado. Portanto, o futuro não é o depois, mas sim as ações que executamos no agora. Nossos futuros são escritos nas estreitas linhas do nosso presente. Um futuro feliz só é possível se amarmos nós mesmos no presente, pois desta forma lutaremos para conquistarmos um futuro vencedor para nós. Por que alegria e tristeza são inconciliáveis? Porque as relações do passado é que determinam uma categoria para o presente e, no presente, determinamos o melhor ou o pior para todo o resto. O próprio sorriso é um futuro construído, pois já nascemos chorando. O choro de um recém-nascido é um protesto por ele não escolher o seu próprio futuro. Ora, por quê? Porque, na verdade, nós não escolhemos nada. Não escolhemos onde queremos nascer, o período histórico que nascemos ou a classe social, ou seja, não escolhemos nada. Então já não nascemos livres. Nascemos apenas com caminhos a seguir, no entanto esses caminhos já são pré-determinados, ou seja, escolhemos uma coisa ou outra que, no entanto, já foi modelada e imposta para nós e, portanto não optamos pela categoria da liberdade, do desejo. Ora, a liberdade de escrevermos o nosso próprio presente é a possibilidade de construirmos um futuro feliz, pois todas as nossas ações, obviamente, serão realizadas espontaneamente para suprir e satisfazer as nossas necessidades. E o que é a felicidade? A felicidade é a conquista das nossas necessidades ou daquilo que nos satisfazem, a partir do momento em que passamos a nos conhecer, de modo que conhecemos as coisas que nos trazem contentamento e satisfação. Nós somos o futuro. Portanto, qual é o futuro do nosso futuro? O futuro do nosso futuro é escrito no presente, pois o presente no futuro será o passado e o passado é hoje e agora. Portanto, passado, futuro e presente são uma coisa só, absolutamente, interligadas. Então, podemos concluir que, devemos, no presente, pensarmos e agirmos, buscando as coisas que nos auxiliarão para a conquista de um futuro plausível e satisfatório, não esquecendo que o presente e o passado são o que determinam o próprio futuro que é hoje, e que o hoje é o passado e o presente.
Jonathan Borges
“Não existe futuro sem passado, futuro sem presente e presente sem passado” (Jonathan Borges)

A morte da juvenilidade 3 - "O juvenil como vítima"


A explicação para todo esse conjunto de pensamentos é uma só: a juvenilidade é vítima da sociedade. Ora, entendemos que vivemos no mundo sem escolhas, sem liberdade. A inexperiência e o mal estar no tempo da juvenilidade são devido a não saber o que fazer com o tempo, ocasionando uma crise da imaginação e do conhecimento. A crise do conhecimento e da imaginação causa o tédio e a carência. Para compensar o tédio e a carência, o tempo é preenchido em cima de vontades alheias, causando assim a impersonalidade. Ora, essa lógica é o que explica o tempo da anti-cultura. O juvenil não é culpado por cometer coisas sem nenhum sentido, porque ele é carente de conhecimento próprio e do mundo. Ele é ludibriado e, portanto comandado por uma classe maior, sobretudo a média-alta. Todos os gostos e predileções da juvenilidade não são criados por eles ou de valores pré-estabelecidos sejam eles familiares ou escolares, mas pela sociedade dominante que criam uma alegria alucinatória para os jovens, obviamente, se beneficiando disso. Ora, a questão é como mudar esse rótulo do anti-valor. É uma tarefa absolutamente difícil, sobretudo, para os educadores. Os educadores, sobretudo pedagogos, são mais importantes do que os pais, porque os pais - das classes menos favorecidas - já se enquadram na sociedade do anti-valor porque também não foram aculturados corretamente. Ora, como dar educação adequada se não tive educação adequada? A educação primária é crucial para a transformação do rótulo da sociedade. A criança que tem uma boa educação familiar e escolar tem maior probabilidade de resistir as contradições da classe dominante, ou seja, a classe do anti-valor, a classe do capital, do dono do engenho que age em detrimento das classes menos favorecidas, porque dependem e, portanto necessitam deles. Ora, o que temos hoje? Nós temos um juvenil absolutamente sem escolhas, ou seja, o que ele aprende na escola é inteiramente contrário do que aprende em casa e com a sociedade, sobretudo, deixando-o aturdido e obrigando-o a seguir o majoritário. Portanto, a principal função do educador não é preparar um aluno para o mundo, mas preparar um aluno transformador do mundo, de modo que quando esse aluno sair do estudo primário, ele esteja preparado para enfrentar e resistir os embates contraditórios da sociedade. Ora, isso só é possível por meio de um conjunto de idéias e pensamentos de pais e educadores, de modo que incutem no juvenil o conhecimento do mundo e a importância do pensamento, para que ele possa cotejar as culturas (anti-valor e valor). O desafio maior dos educadores, acredito, é incutir essa possibilidade de pensar sobre o mundo, e, portanto se libertar das classes, além dos filhos, nos pais, pois os genitores já estão aderidos a uma classe e, portanto também são vítimas da sociedade dominante. A função do professor/educador, acredito, não é impor o certo em detrimento do errado, mas fazer com que o aluno/aprendiz coteje o certo do errado com um amplo conhecimento dos valores político-histórico reais da sociedade. Portanto, o desafio se torna imenso, pois enfrentar a cultura da sociedade e dos pais contradizendo essas existentes e implantando a contracultura no juvenil ainda no primário para que ele possa resistir e defendê-las futuramente é absolutamente complexo, no entanto possível. Por isso a importância de professores/educadores bem preparados, pois a tarefa não é fácil. O que devemos nos perguntar é se o “conjunto de professores/educadores” estão preparados para isso ou têm conhecimento disso. Obviamente, a luta do professor/educador é a luta contra a sociedade política, sobretudo. No entanto, o professor/educador trabalha dentro de um projeto político. Portanto, é todo um conjunto de análises e de jogo de cintura para destrinchar esse paradoxo da sociedade hodierna, sobretudo infanto/juvenil que mais nos interessa. Portanto, a sociedade juvenil na contemporaneidade está, absurdamente, depravada e nós como pensadores, educadores e/ou professores temos que, incessantemente, lutarmos contra o “mundo” para que a transformação vindoura seja a mais breve possível.

Jonathan Borges

A morte da juvenilidade 2- “A impersonalidade”

Existe na juvenilidade atual, incontestavelmente, uma impersonalidade que chega a ser absurda. Mas, o que é impersonalidade? Impersonalidade é a falta de personalidade. Ora, mas o que é personalidade? Podemos dizer que personalidade é um caráter pessoal e incondicional. Personalidade são modos de agir e de pensar individuais, ou seja, é uma liberdade de opiniões e de ações sem influências alheias. Personalidade é algo verdadeiro, espontâneo e, portanto algo livre. Logo, impersonalidade pode ser associado a uma falta de originalidade, ou seja, algo falso, que não é de vontade própria, se tornando um verdadeiro tédio, e nós sabemos que o tédio é algo insuportável, ou seja, praticamente um namoro com a morte. Ora, a juvenilidade é altamente sem personalidade, porque todas as suas ações são em favor de pensamentos e opiniões de outras pessoas, sobretudo juvenis. Um exemplo claro desse fato são as constantes fotos em frente ao espelho e os amores alucinatórios na internet. Esses tipos de ações são uma forma de ser reconhecido por outros juvenis que entendem que só é possível ter amizades e status, sobretudo, fazendo esses tipos de coisas. Ou seja, para não serem excluídos do grupo, os juvenis criam coisas, talvez, sem nenhuma vontade própria. Portanto, para compensar essa injustiça, carência e intolerância de não poder participar do grupo, o juvenil entra na moda e, obviamente, participa do grupo. Tanto é assim que mesmo sabendo valores pré-estabelecidos por pais, mães e/ou professores eles insistem em confrontá-los e ignorá-los, porque do contrário, serão absolutamente “tirados ou excluídos” de suas amizades, e isso, para o juvenil, é intolerável. O juvenil é individual, ele quer ser olhado, quer ser vangloriado, reconhecido por outros juvenis, ou seja, existe certa carência tanto de respeito de alguns amigos quanto de moral na sociedade. Esta é a explicação por ele fazer inúmeras traquinagens ou juvenilidades. As fotos em frente ao espelho, por exemplo, podem ser representadas tanto na estética como forma de se mostrar para as “garotas”, ao invés de “mulheres”, sobretudo, na esperança de ser olhado e admirado, porque ele não é admirado naturalmente por essas garotas e, portanto ele procura forçar essa admiração a qualquer custo (por isso várias fotos com óculos, sem camisa, cabelos pintados, etc.) e, quanto na parte física, na força, nos músculos como uma forma de combater qualquer desafiante, sobretudo aquele que é considerado como “folgado e mala da escola ou sociedade”. Portanto, o juvenil além de ter carências e não ser livre é violento. O juvenil adora montar em cima dos mais fracos. Ora, quem são os mais fracos? Os mais fracos são aqueles que não têm ou não participam dessa filosofia alucinatória e atroz, sobretudo. Ou seja, os mais fortes, na visão da juvenilidade, são considerados os mais fracos. Os mais fortes não participam dessas juvenilidades e por isso são invejados. E são invejados porque o juvenil entende que todos os valores das tradições familiares, educacionais e sociais estão sendo seguidos e, portanto o respeito na sociedade dos mais fracos é muito maior, inclusive o próprio juvenil reconhece isso e é obrigado a respeitar os mais fracos também, o que o enfurece muito. Portanto, os fracos por serem invejados são contestados. Tanto é assim que o juvenil não aceita outra opinião que não seja a dele. Ou seja, “se quer participar do meu grupo faça o que eu faço, do contrário cai fora Mané”. A coisa é bem por ai. Portanto, o juvenil não vive para ele, mas para outras pessoas que de alguma forma tem que admirá-lo, ou seja, ele não é livre, porque ele não faz as suas próprias escolhas, pois as suas escolhas são baseadas em opiniões de outros. Portanto, na vida do juvenil não existe a palavra personalidade e sim, absurdamente, a impersonalidade.
Jonathan Borges

A morte da Juvenilidade


Afinal, o que é a morte? Ora, a morte é absolutamente nada. Quando se está morto não se fala, pensa, chora, não se faz nada porque já não se existe. Todos têm medo da morte, no entanto a grande maioria já estão mortas. Ora, como nascemos? Como fomos constituídos? Existia, no princípio, um vazio e no vazio os átomos. E esses átomos iam caindo nesse vazio. Sem nenhuma explicação esses átomos sofreram uma declinação – não um desvio, porque desvio pressupõe rota e nesse caso não havia rota alguma, os átomos foram caindo aleatoriamente – e no momento da declinação esses átomos se fundiram e constituíram a natureza e os seres vivos, assim como também não poderia ter constituído. Ora, nessa lógica, nascemos do nada, apenas surgimos, e assim como surgimos desapareceremos. Como diz a bíblia: “Do pó nasceste e ao pó retornarás.” Ora, então não há o que temer, pois a morte não é nada, pois a morte nunca existiu, o que existiu e existe é o vazio, portanto podemos associar a idéia da morte com o vazio e não algo tenebroso e horrível em que o homem sente dor e tortura etc. Ora, estamos vivos e vivos podemos falar, pensar, chorar etc. e, obviamente, quando estivermos mortos ou no momento da morte não poderemos fazer nada disso. Nessa lógica, podemos associar o nada de uma ação com a morte, pois se estamos vivos e podemos desfrutar de nossas potencialidades e qualidades de seres vivos finitos e não fazemos absolutamente nada, significa que estamos mortos. Ora, um exemplo simples de ser compreendido é a sociedade juvenil, os jovens, na sua grande maioria. O juvenil vive intensamente no vazio, vive com a morte. Ora, como é a vida do juvenil em nossos dias? Primeiro ele é desprovido de responsabilidades, muitas vezes porque os pais o fazem assim. Em segundo, ele não se importa com nada na sociedade, ou seja, tanto faz viver bem como não, se hoje está ruim não há importância, pois amanhã pode melhorar, embora não faça nada para melhorar, pois não tem auxílios. E terceiro, e mais grave, vive intensamente no tédio. Ora, como ele (juvenil) vive no tédio? Ele, todos os dias, entra no MSN, Orkut, entre outros meios, e não faz experiências de nada, porque, a princípio, o que era interessante e novo passa a ser velho e irritante, ou seja, tudo passa a ser repetitivo, sempre as mesmas coisas, as mesmas conversas, as mesmas pessoas, os mesmos vídeos, ou seja, um verdadeiro tédio, um tempo que não passa e um tempo inútil e terrível que precisa urgentemente ser esquecido. Tanto é assim, que ele (juvenil) liga o computador, entra nas redes de relacionamentos (MSN e Orkut) e vai fazer outras coisas, ou seja, vai assistir TV, sair na rua etc., porque ele já está absolutamente cansado disso, mas insiste em viver infinitamente no tédio, no nada. Alguns excluem e criam vários Orkuts e MSNs, ou seja, uma maneira de matar o tempo vazio, o tempo do nada. Ora, quando estamos vivos deveríamos aproveitar melhor o tempo, como estudar, viajar, praticar algum esporte etc., bem como utilizar as redes de relacionamentos como algo lúdico e, portanto cognitivo. Porque na verdade, a vida em si não tem um sentido absoluto, porque um dia iremos morrer, aliás, a única certeza que temos é que um dia iremos morrer, ou seja, se o fim último das coisas é a morte, que sentido tem a vida? Nenhum (tanto é assim, que a religião é uma criação dos homens para compensar essa intolerância que o fim é a morte, sendo assim, a religião coloca a idéia de divinização como uma vida infinita, uma vida pós morte). Ela (vida) só passa a ter sentido quando damos sentido a ela, e a forma do sentido é o conhecimento da própria vida para saber as coisas que nos fazem feliz e que nos possibilita a fazer algum tipo de experiência. Ora, que sentido o jovem dá a vida se ele não se importa com absolutamente nada? Ou seja, se a vida foi feita para viver, fazer experiências, ou seja, para aproveitar o tempo e nós matamos esse tempo com o nada, com o vazio, com o tédio, o que estamos fazendo? Estamos namorando com a morte, ou se tornando a própria morte. A morte, na verdade, não é o fim da vida, a morte é o que desacredita inteiramente a vida. E não fazer nada, não fazer experiência de nada, ficar preenchendo o tempo com bobagens, conversas chatas, programas chatos, estilos de roupas e cabelos ridículos, desinteresse pela escola, paixão por novelas, BBB da rede globo entre tantas coisas, o que estamos fazendo com a vida? Nós estamos desacreditando inteiramente a vida, estamos deixando de viver para viver para os outros ou viver para o nada, ou seja, para a morte. Então, para concluir, a morte está inteiramente presente na vida do jovem – assim como em muitas pessoas – porque elas não observam o absurdo de suas ações, que na verdade não é uma ação é uma forma de inação, e elas preenchem o seu tempo com coisas vazias e sem nenhum sentido e o não sentido das coisas e o vazio é a morte.
Jonathan Borges