sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A morte da juvenilidade 2- “A impersonalidade”

Existe na juvenilidade atual, incontestavelmente, uma impersonalidade que chega a ser absurda. Mas, o que é impersonalidade? Impersonalidade é a falta de personalidade. Ora, mas o que é personalidade? Podemos dizer que personalidade é um caráter pessoal e incondicional. Personalidade são modos de agir e de pensar individuais, ou seja, é uma liberdade de opiniões e de ações sem influências alheias. Personalidade é algo verdadeiro, espontâneo e, portanto algo livre. Logo, impersonalidade pode ser associado a uma falta de originalidade, ou seja, algo falso, que não é de vontade própria, se tornando um verdadeiro tédio, e nós sabemos que o tédio é algo insuportável, ou seja, praticamente um namoro com a morte. Ora, a juvenilidade é altamente sem personalidade, porque todas as suas ações são em favor de pensamentos e opiniões de outras pessoas, sobretudo juvenis. Um exemplo claro desse fato são as constantes fotos em frente ao espelho e os amores alucinatórios na internet. Esses tipos de ações são uma forma de ser reconhecido por outros juvenis que entendem que só é possível ter amizades e status, sobretudo, fazendo esses tipos de coisas. Ou seja, para não serem excluídos do grupo, os juvenis criam coisas, talvez, sem nenhuma vontade própria. Portanto, para compensar essa injustiça, carência e intolerância de não poder participar do grupo, o juvenil entra na moda e, obviamente, participa do grupo. Tanto é assim que mesmo sabendo valores pré-estabelecidos por pais, mães e/ou professores eles insistem em confrontá-los e ignorá-los, porque do contrário, serão absolutamente “tirados ou excluídos” de suas amizades, e isso, para o juvenil, é intolerável. O juvenil é individual, ele quer ser olhado, quer ser vangloriado, reconhecido por outros juvenis, ou seja, existe certa carência tanto de respeito de alguns amigos quanto de moral na sociedade. Esta é a explicação por ele fazer inúmeras traquinagens ou juvenilidades. As fotos em frente ao espelho, por exemplo, podem ser representadas tanto na estética como forma de se mostrar para as “garotas”, ao invés de “mulheres”, sobretudo, na esperança de ser olhado e admirado, porque ele não é admirado naturalmente por essas garotas e, portanto ele procura forçar essa admiração a qualquer custo (por isso várias fotos com óculos, sem camisa, cabelos pintados, etc.) e, quanto na parte física, na força, nos músculos como uma forma de combater qualquer desafiante, sobretudo aquele que é considerado como “folgado e mala da escola ou sociedade”. Portanto, o juvenil além de ter carências e não ser livre é violento. O juvenil adora montar em cima dos mais fracos. Ora, quem são os mais fracos? Os mais fracos são aqueles que não têm ou não participam dessa filosofia alucinatória e atroz, sobretudo. Ou seja, os mais fortes, na visão da juvenilidade, são considerados os mais fracos. Os mais fortes não participam dessas juvenilidades e por isso são invejados. E são invejados porque o juvenil entende que todos os valores das tradições familiares, educacionais e sociais estão sendo seguidos e, portanto o respeito na sociedade dos mais fracos é muito maior, inclusive o próprio juvenil reconhece isso e é obrigado a respeitar os mais fracos também, o que o enfurece muito. Portanto, os fracos por serem invejados são contestados. Tanto é assim que o juvenil não aceita outra opinião que não seja a dele. Ou seja, “se quer participar do meu grupo faça o que eu faço, do contrário cai fora Mané”. A coisa é bem por ai. Portanto, o juvenil não vive para ele, mas para outras pessoas que de alguma forma tem que admirá-lo, ou seja, ele não é livre, porque ele não faz as suas próprias escolhas, pois as suas escolhas são baseadas em opiniões de outros. Portanto, na vida do juvenil não existe a palavra personalidade e sim, absurdamente, a impersonalidade.
Jonathan Borges

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